Desde que iniciei este blog tenho escrito um texto a cada mês (tudo bem que iniciei há dois meses apenas, hehe), então já está na hora de escrever mais uma vez... Pensei em escrever um pouco sobre o que já fiz, faço e pretendo fazer na vida. Sobre as coisas que já fiz que pareceram não ter nenhum sentido quando aconteceram, e sobre o que faço hoje, pois é o que acredito que vai me preparar bem para um futuro que planejo, mas sei que está nas mãos de Deus.
Bom, o que eu sempre soube que queria fazer na vida é casar, ter filhos e ter uma família. Até pensava em profissões, mas nunca sonhei ou quis muito seguir nenhuma. Não que não quisesse trabalhar, só não sabia o que queria fazer. Pensei em várias coisas, desde ser astrônoma até ecóloga, passando por bibliotecária, psicóloga, farmacêutica, entre outras que nem me lembro mais. Aí para escolher o que prestar no vestibular foi uma novela... Na escola eu gostava de quase todas as matérias e ia bem na maioria delas (apesar de que hoje eu sei que decidir o que prestar no vestibular com base nas matérias escolares não é necessariamente um bom critério). Fiz orientação profissional na escola e com uma psicóloga, e acabei prestando Letras e Biologia. Digo “acabei prestando” porque não foi exatamente uma escolha que eu fiz, decidi por eliminação, foi quase o que sobrou para mim. E então, passei nos dois cursos, e fui fazer o de Letras, na Unesp. Até hoje não sei o que me passou pela cabeça quando resolvi que ia me matricular em Letras e não em Biologia. Sei que Deus estava me dirigindo o tempo todo, mas não consigo lembrar o que pensei na hora.
O começo do curso foi difícil para mim, mas provavelmente menos do que é para muita gente, pois não tive que mudar de cidade, nem sair de casa e morar sozinha ou com pessoas desconhecidas de repente. Minha faculdade era em Araraquara, que fica uns 40 km distante de São Carlos, onde moro, então podia voltar para casa com facilidade todos os dias. Mas foi difícil, porque eu não gostei de quase nenhuma das disciplinas iniciais. A única que salvava o curso para mim era a Língua Alemã. Para completar, aconteceu uma greve no fim do primeiro semestre, então as aulas foram suspensas, e justamente na época de provas, bagunçando e atrasando as férias e o início do próximo semestre letivo.
Em meu primeiro semestre de Letras, eu tinha dificuldades para acompanhar as leituras passadas pelos professores e sentia uma vontade muito grande de voltar a ver números, estudar química, biologia, física, geografia, e até um pouquinho de matemática. Aí comecei a pensar que talvez fosse melhor fazer Biologia. Não podia ver um bicho ou uma planta que já suspirava. Resolvi então parar de fazer Letras e prestar novamente o vestibular para Biologia. Fiz um mês de cursinho pré-vestibular, então quis voltar a fazer Letras. Não sei como meus pais tiveram tanta paciência comigo, não sei se eu teria, hehe. Mas graças a Deus, devido ao atraso para o começo do segundo semestre e a alguns feriados e congressos que aconteceram na Unesp, consegui voltar, sem ter perdido muitas aulas e sem ficar com muitas faltas.
Bom, continuei fazendo o curso. Não ficou mais fácil, mas surgiram algumas matérias que achei um pouco mais interessantes, e aos poucos fui me acostumando e até aprendendo a gostar do que estava fazendo. Quando estava no fim do primeiro ano, uma amiga da minha turma, que também é cristã e presbiteriana, me convidou para morar com ela em Araraquara. Comecei então meu segundo ano de faculdade longe de casa (mesmo que só 40 km). Novamente, foi difícil no começo. A adaptação da vida em um lugar diferente com alguém que ainda não conhecia tão bem não foi simples, mas aconteceu, e hoje posso dizer que ter morado em Araraquara foi a experiência mais enriquecedora para mim, que mais me fez crescer e que mais me aproximou de Deus (pelo menos até agora!).
Não lembro direito quando, acho que no fim do segundo ano, ou já no terceiro, voltei a pensar na Biologia. (Quanta indecisão, haja paciência!) Eu não tinha muitas perspectivas com o curso de Letras, não queria ser professora, nem seguir carreira acadêmica, e aí as opções que restam não são muitas. Coloquei na cabeça então que ia me formar em Letras e depois fazer Biologia e trabalhar com conservação ambiental. Tinha até descoberto uma ONG de proteção ambiental cristã e queria trabalhar lá, estava superanimada.
Mas chegando ao quarto ano, tive uma disciplina de Prática de Ensino de Língua Alemã, depois fiz estágio dando aulas de alemão, e tive que fazer minha Monografia de Conclusão de Curso, que fiz também na área de Língua Alemã, trabalhando com tradução. Esse meu quarto ano na faculdade foi certamente o melhor de todos. Ficou claro para mim que se vou ter uma profissão, será trabalhando com a Língua Alemã, seja ensinando, seja traduzindo. Descobri que gosto de ser professora, quando sei bem e gosto do que devo ensinar e quando há alguém interessado em aprender. O trabalho de tradução acho fascinante, é algo como contar um segredo a alguém, iluminar algo que estava escondido no escuro, encontrar um tesouro e dividir com todos os amigos, montar um quebra-cabeça (bom, essa última comparação vale pelo menos para o caso do alemão, hehe).
Terminei o curso de Letras em 2010, e esse ano vou passar alguns meses na Alemanha, estudando mais alemão. Daqui a um mês estarei no avião voando para lá. Espero aprender muito nessa viagem, não só para trabalhar melhor depois, mas principalmente para servir a Deus melhor, para glorificá-lo mais e para me alegrar mais nele. Espero sinceramente que minha experiência na Alemanha supere a que tive em Araraquara!
“E tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai.” (Colossences 3.17)